terça-feira, 13 de março de 2012

NEONAZISMO ENSINADO ÀS CRIANÇAS



ESCOLA INFANTIL É NOVAMENTE PICHADA POR NEONAZISTAS EM SÃO PAULO



Funcionários, pais e alunos da Escola Municipal de Educação Infantil Guia Lopes foram surpreendidos no início deste mês por novas pichações de cunho racista e neonazista. A escola, localizada no bairro do Limão, na zona norte da cidade de São Paulo, já havia sido vítima de pichações no final do ano passado.
No mesmo dia 3, a escola realizou uma das rodas de conversa temáticas bimestrais entre corpo docente e pais para discutir temas relevantes ao convívio das crianças quando a temática do racismo e da diversidade foram novamente colocados em pauta com o título “Encontro contra os desencontros”. A roda contou com a participação do Movimento AnarcoPunk, grupo que realiza atividades relacionadas ao respeito às diferenças e em memória às vítimas da intolerância. Apesar do ato de vandalismo, a atividade foi realizada normalmente e com grande participação de pais de alunos.
A diretora da escola, Cibele Racy, afirmou que a escola, que possui alunos entre três e cinco anos, é alvo dessas práticas graças ao trabalho de levantar temas relevantes para alunos e pais, entre eles as relações étnicas e raciais. “A escola fica em evidência por essas coisas (as pichações), mas na verdade o problema é que o trabalho que nós realizamos aqui é muito sério. Esse ano nós vamos ampliar nosso foco de trabalho, queremos um trabalho multirracial, porque temos alunos filhos de imigrantes bolivianos, orientais, negros, brancos. Não fazemos apologia ao negro, trabalhamos a diversidade cultural. As crianças e os pais tem um carinho pela escola e é isso que nós queremos resgatar, essa relação da família com os professores e com a comunidade, queremos resgatar esse lado.”
"Orgulho Branco"
No próprio bairro é fácil encontrar outras pichações deixando claro que existem grupos radicais no local. Na chegada a escola um morador removia uma suástica pichada na porta de sua mecânica, seguida dos dizeres “Orgulho Branco”, “apareceu essa madrugada, a gente apaga porque senão podem pensar que fui eu que fiz”, dizia o responsável pela mecânica que não quis se identificar por medo de represálias.
Segundo Johnny, “esses grupos estão organizados, por isso, tornou-se frequente todo fim de semana ataques contra negros, moradores de rua, homossexuais, rappers, imigrantes. Não é somente uma ganguezinha, eles tem apoio de políticos, eles tem costas quentes, são filhos de pais ricos, que tem dinheiro para advogado, por isso, eles agem, por saber que a justiça não vai depor contra eles, eles fazem porque sabem que vão ficar impunes. Hoje eles picham, amanhã esfaqueiam um professor, matam a diretora. A mídia coloca como briga de gangue, temos que abrir o olho pra essas coisas, e onde localizarmos esses grupos denunciarmos, informar aos amigos, para não corrermos o risco de sermos as próximas vítimas”.

REPORTAGEM DE FERNANDO KNUP NO JORNAL ONLINE "BRASIL DE FATO
09/03/2012

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