Os livros que FUVEST/UNICAMP indicam para seus vestibulares são escolhidos dentro de um cânone estabelecido. Cânone é um modelo, um texto consagrado por um grupo de críticos e que faz parte daquilo que se considera grande literatura de um país. Dentro do cânone brasileiro estão Machado de Assis, José de Alencar, Álvares de Azevedo, Castro Alves, Graciliano Ramos, para só citar alguns. Os textos consagrados em antologias, histórias da literatura, livros didáticos fazem parte daquilo que uma parcela de críticos decidiu que é alta literatura.
Pois bem, os textos da FUVEST fazem parte desses textos famosos. A ideia é forçar o aluno a ler algumas das "obras primas" da literatura brasileira. Aí está o problema, alguns até são boa literatura, outros são apenas romances mal escritos, seguidores de receitas literárias do período, pobrezas literárias elevadas à categoria de "arte".
É o caso , por exemplo, do romance Til de José de Alencar: grande porcaria literária (já que Alencar produziu também boas obras, mas nem tanto...). Enredo ingênuo para moças do Romantismo, nenhuma profundidade, liçãozinha de moral ridícula, escrita das piores. Pior que isso só professores chorando em aula ao dar o infantil e bobo poema "Canção do exílio" ("Minha terra tem palmeiras"...blábláblá) de Gonçalves Dias...Para achar tudo isso alta literatura é preciso não ter lido nada de qualidade...
É preciso repensar esses livros indicados para vestibular já.
(FRANCISCO CARVALHO)
Nenhum comentário:
Postar um comentário