José Luís Peixoto
José Luís Peixoto nasceu a 4 de Setembro de 1974 em Galveias, Ponte
de Sor. É licenciado em Línguas e Literaturas Modernas (Inglês e Alemão)
pela Universidade Nova de Lisboa. A sua obra ficcional e poética figura
em dezenas de antologias traduzidas num vasto número de idiomas e
estudada em diversas universidades nacionais e estrangeiras. Em 2001,
recebeu o Prémio Literário José Saramago com o romance Nenhum Olhar,
que foi incluído na lista do Financial Times dos melhores livros
publicados em Inglaterra no ano de 2007, tendo também sido incluído no
programa Discover Great New Writers das livrarias norte-americanas Barnes & Noble. O seu romance Cemitério de Pianos recebeu o Prémio Cálamo Otra Mirada,
atribuído ao melhor romance estrangeiro publicado em Espanha em 2007.
Em 2008, recebeu o Prémio de Poesia Daniel Faria com o livro Gaveta de Papéis.
Os seus romances estão publicados na Finlândia, Holanda, no Brasil, nos
Estados Unidos, entre outros países, estando traduzidos num total de
vinte idiomas.
TRECHO DE TEXTO DE JOSÉ LUÍS PEIXOTO
(FALANDO SOBRE SUA RELAÇÃO COM OS LEITORES)
É essa a natureza da matéria que partilhamos, é essa a forma daquilo que nos juntou. Sem esse mistério, continuaríamos a seguir os nossos caminhos. Talvez a metros, talvez a quilómetros, talvez em hemisférios distintos, talvez em ruas paralelas, as nossas existências seriam indiferentes uma à outra. Não quero sequer imaginar a possibilidade desse mundo cinzento. Ainda bem que existem os livros, ainda bem que existe esta revista, ainda bem que existe a internet, o facebook, as feiras do livro e todos os lugares físicos e não-físicos onde nos encontramos. Ainda bem que existe o pensamento e a memória. Ainda bem que existe a ternura.
TRECHO DE TEXTO DE JOSÉ LUÍS PEIXOTO
(FALANDO SOBRE SUA RELAÇÃO COM OS LEITORES)
Obrigado
Às vezes, fico só a olhar para vocês. Aperto os lábios porque todas
as palavras me parecem insuficientes. Aquilo que normalmente se diz
nessas ocasiões, aquilo que é aceite pelo protocolo da convivência
social, não chega para começar a exprimir todo o invisível que me
inunda. Então, quase sempre sentado a uma mesa, fico só a olhar para
vocês. Nesses momentos, não ter palavras é muito melhor do que ter rios
de palavras. Aquilo que não sei dizer existe com muita força e, se
tentasse encontrar-lhe nomes, estaria a diminui-lo, a transformá-lo em
qualquer coisa possível.É essa a natureza da matéria que partilhamos, é essa a forma daquilo que nos juntou. Sem esse mistério, continuaríamos a seguir os nossos caminhos. Talvez a metros, talvez a quilómetros, talvez em hemisférios distintos, talvez em ruas paralelas, as nossas existências seriam indiferentes uma à outra. Não quero sequer imaginar a possibilidade desse mundo cinzento. Ainda bem que existem os livros, ainda bem que existe esta revista, ainda bem que existe a internet, o facebook, as feiras do livro e todos os lugares físicos e não-físicos onde nos encontramos. Ainda bem que existe o pensamento e a memória. Ainda bem que existe a ternura.
Nenhum comentário:
Postar um comentário