CULT – Você poderia falar sobre a mulher e a escritora?
Beatriz – Eu estudei literatura brasileira e
portuguesa nas PUCs do Rio e de São Paulo, tenho três filhos, sou casada
pela segunda vez. Fui editora até 2000, depois saí para um ano sabático
e disse para mim mesma: “Vou escrever”. Aí escrevi o livro Azul e Dura e vi que o que eu queria era ficar escrevendo, então saí da editora e me dediquei a escrever.
Bom, como é muito solitária a coisa de escrever, por quatro anos eu
dei aulas numa escola de jovens e adultos, ajudei a formar uma
biblioteca… Então faço algumas outras coisas, mas minha rotina é:
acordo, venho para o escritório de bicicleta, escrevo de 9h até 13h –
escrevo ou tento escrever –, leio – ou me atormento porque não consigo
escrever –, à tarde às vezes volto e continuo escrevendo.
(Fonte: Revista Cult, edição 143)
ESCRITORA: BEATRIZ BRACHER
Uma das ciclistas que passam de manhã pela Pedroso de Morais, região do
Alto de Pinheiros – São Paulo (SP), é a escritora Beatriz Bracher rumo
ao escritório onde trabalha, nas imediações. Lá, concebe suas histórias,
lê Kafka, Beckett, Nuno Ramos, Coetzee, Rubens Figueiredo, João
Gilberto Noll, Flannery O’Connor, Faulkner, Graciliano Ramos (o grande,
entre os brasileiros). Depois de ter sido editora (foi uma das
fundadoras da bem-sucedida Editora 34, com um catálogo em que figuram,
por exemplo, cânones da literatura russa em novas traduções), ela tem
ministrado cursos diversos e feito palestras, sem nunca perder de vista a
atividade literária.
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