Buscando diminuir o impacto da subjetividade nos resultados da
redação, o Enem 2012 traz mudanças que prometem aprimorar a correção dos
textos.
A partir deste ano, só poderá haver 200 pontos de diferença entre
a nota do primeiro e do segundo corretor (a redação vale 1.000 pontos).
No ano passado, a discrepância entre as duas correções podia chegar a 300 pontos; e em 2010, a 500.
Ultrapassando a diferença de 200 pontos na redação toda ou de 80
pontos em cada uma das cinco competências, que valem 200 cada, a redação
será encaminhada a um terceiro corretor.
Esse processo já acontecia até 2011, com a diferença de que, no
total da redação, a tolerância máxima era de 300 pontos, não de 200, e
neste ano o terceiro corretor não estará a par das primeiras notas.
Mas a mudança prevê ainda que, se ainda houver discordância entre
a terceira correção e as demais, a prova será encaminhada a uma nova
banca de três corretores presidida por um professor doutor.
Pensar na melhoria da correção das redações do Enem é impossível sem
levar em conta as proporções gigantescas que o exame tomou.
As inscrições cresceram de 157 mil no primeiro ano da prova, em
1998, para mais de 6,2 milhões em 2011. Isso porque o exame passou a ser
utilizado no processo seletivo de cada vez mais instituições de ensino
superior e tornou-se um dos requisitos para quem deseja concorrer a uma
bolsa no ProUni (Programa Universidade para Todos).
Ainda que não sejam 6 milhões de redações a corrigir (há
inscritos que não comparecem, entre os presentes nem todos escrevem o
texto e há as redações anuladas ou inválidas para correção), o volume de
trabalho para os corretores é monstruoso.
Fonte: http://revistalingua.uol.com.br/textos/81/mudancas-no-perfil-do-enem-262651-1.asp
segunda-feira, 30 de julho de 2012
OLHE BEM NOS OLHOS
Medusa. Não olhe diretamente em seus olhos para você não virar pedra.
Mas essa é a Medusa de Caravaggio.
Não cega nem faz virar pedra.
É a Medusa que se faz olhar, admirar.Mas com certeza você vai virar outro.
Vai estar no MASP em mostra a partir do dia 02 de agosto.
Prepare-se para olhar.(TEXTO DE FRANCISCO CARVALHO)
Mas essa é a Medusa de Caravaggio.
Não cega nem faz virar pedra.
É a Medusa que se faz olhar, admirar.Mas com certeza você vai virar outro.
Vai estar no MASP em mostra a partir do dia 02 de agosto.
Prepare-se para olhar.(TEXTO DE FRANCISCO CARVALHO)
MICHELANGELO MERISI, dito CARAVAGGIO
CARAVAGGIO E SEUS SEGUIDORES
CARAVAGGIO E SEUS SEGUIDORES
Período:
02 de agosto a 30 de setembro de 2012
02 de agosto a 30 de setembro de 2012
De
renomados museus italianos e coleções particulares, chega ao Brasil a
maior exposição de obras do gênio italiano Michelangelo Merisi de
Caravaggio, que nasceu em setembro de 1571 e morreu em julho de 1610 e é
considerado o principal representante do Barroco. CARAVAGGIO E SEUS
SEGUIDORES apresenta seis obras-primas do artista e outras 14 obras de
artistas diretamente influenciados por sua obra e técnica, entre eles
Artemisia Gentileschi, Bartolomeo Cavarozzi, Giovanni Baglione, Hendrick
van Somer e Jusepe di Ribera.
sexta-feira, 27 de julho de 2012
O MUNDO VAI PARAR
"No dia em que todas as pessoas
Do planeta inteiro
Resolveram que ninguém ia sair de casa
Como que se fosse combinado em todo
o planeta
Naquele dia, ninguém saiu saiu de casa, ninguém"
(Raul Seixas, "O dia em que a Terra parou")
Londres, 28 de julho de 2012, sábado.
Uma criança olha para o céu. Há uma intensa luz.
Um arqueólogo de Oxford também a vê e sorri. Registros ocultos assinalavam que os deuses desceriam à Terra. Nessa mesma data, com essa luz mística.
Não descerão em Teotihuacan no México, nas pirâmides maias, nem nas do Egito,nem no Santuário Meiji, em Tóquio, nem no Templo Kashi Vishiwanath na Índia, muito menos na Basília de São Pedro em Roma.
Os deuses descerão com sua luz na Arena do Vôlei na Olimpíada de Londres.
Sábado, 28 de julho, 18 horas, o deus Bruno levantará uma bola de vôlei e o deus Giba cortará e o deus Serginho defenderá e o deus Sidão bloqueará e os seis deuses do vôlei farão a celebração da vitória.
Todos receberão a luz em suas casas.
E suas vidas nunca mais serão as mesmas.
(FRANCISCO CARVALHO, EM HOMENAGEM AO VÔLEI BRASILEIRO)
Do planeta inteiro
Resolveram que ninguém ia sair de casa
Como que se fosse combinado em todo
o planeta
Naquele dia, ninguém saiu saiu de casa, ninguém"
(Raul Seixas, "O dia em que a Terra parou")
Londres, 28 de julho de 2012, sábado.
Uma criança olha para o céu. Há uma intensa luz.
Um arqueólogo de Oxford também a vê e sorri. Registros ocultos assinalavam que os deuses desceriam à Terra. Nessa mesma data, com essa luz mística.
Não descerão em Teotihuacan no México, nas pirâmides maias, nem nas do Egito,nem no Santuário Meiji, em Tóquio, nem no Templo Kashi Vishiwanath na Índia, muito menos na Basília de São Pedro em Roma.
Os deuses descerão com sua luz na Arena do Vôlei na Olimpíada de Londres.
Sábado, 28 de julho, 18 horas, o deus Bruno levantará uma bola de vôlei e o deus Giba cortará e o deus Serginho defenderá e o deus Sidão bloqueará e os seis deuses do vôlei farão a celebração da vitória.
Todos receberão a luz em suas casas.
E suas vidas nunca mais serão as mesmas.
(FRANCISCO CARVALHO, EM HOMENAGEM AO VÔLEI BRASILEIRO)
quinta-feira, 26 de julho de 2012
AMIZADE
"Para conseguir a amizade de uma pessoa digna é preciso desenvolvermos em nós mesmos as qualidades que naquela admiramos."
Sócrates, filósofo
Sócrates, filósofo
MÁQUINA " TRANSFORMA" TÍTULOS ANTIGOS EM NOVOS NA PRAÇA DA REPÚBLICA , EM SP
26/07/2012
-
05h46
Um exemplar surrado de "O Xangô de Baker Street", de Jô Soares, vira um
"Contos Paulistanos", de Antônio de Alcântara Machado, novinho em folha.
Já "A Incendiária", de Stephen King, transforma-se no compêndio "A Mulher e sua Épica Luta Contra o Machismo", de Judivan J. Vieira.
A mágica é feita pela Incrível Máquina de Livros, uma ação da 22ª Bienal do Livro de São Paulo, que será realizada entre os dias 9 e 19 de agosto, no Anhembi.
Na verdade, a "incrível máquina" é uma van com uma caixa dentro. A pessoa deposita um livro de sua coleção em uma abertura, aciona um botão vermelho e recebe um título novo em troca.
O veículo ficará estacionado na praça da República, no centro de São Paulo, até o próximo domingo (29) e funcionará das 9h às 16h.
"Conseguimos doações de editoras do Brasil inteiro. A ideia é fazer com que o brasileiro leia mais", conta Marcos Rufato, um dos produtores responsáveis pela iniciativa.
300 livros estão disponíveis para distribuição diariamente. Uma vez esgotados, os que foram doados pelos usuários entram na roda. "Houve quem trouxesse 49 livros. Também teve muita gente trocando na fila", conta Rufato.
Luli Borges, 39, abriu mão de um tomo de "Em Busca do Tempo Perdido", de Marcel Proust, por "Arquivo Artemis Fowl", de Eoin Colfer. Se ela ficou triste por trocar uma obra clássica por um livro infantil, meio "Harry Potter"?
"Não. O que importa é ter leitura nova. Fico deprimida quando não tenho o que ler".
Fonte: Folha.com
Já "A Incendiária", de Stephen King, transforma-se no compêndio "A Mulher e sua Épica Luta Contra o Machismo", de Judivan J. Vieira.
A mágica é feita pela Incrível Máquina de Livros, uma ação da 22ª Bienal do Livro de São Paulo, que será realizada entre os dias 9 e 19 de agosto, no Anhembi.
Na verdade, a "incrível máquina" é uma van com uma caixa dentro. A pessoa deposita um livro de sua coleção em uma abertura, aciona um botão vermelho e recebe um título novo em troca.
O veículo ficará estacionado na praça da República, no centro de São Paulo, até o próximo domingo (29) e funcionará das 9h às 16h.
"Conseguimos doações de editoras do Brasil inteiro. A ideia é fazer com que o brasileiro leia mais", conta Marcos Rufato, um dos produtores responsáveis pela iniciativa.
300 livros estão disponíveis para distribuição diariamente. Uma vez esgotados, os que foram doados pelos usuários entram na roda. "Houve quem trouxesse 49 livros. Também teve muita gente trocando na fila", conta Rufato.
Luli Borges, 39, abriu mão de um tomo de "Em Busca do Tempo Perdido", de Marcel Proust, por "Arquivo Artemis Fowl", de Eoin Colfer. Se ela ficou triste por trocar uma obra clássica por um livro infantil, meio "Harry Potter"?
"Não. O que importa é ter leitura nova. Fico deprimida quando não tenho o que ler".
Fonte: Folha.com
terça-feira, 24 de julho de 2012
POEMA CURTO DE MÁRIO QUINTANA
Quem faz um poema abre uma janela.
Respira, tu que estás numa cela abafada,
esse ar que entra por ela.
Por isso é que os poemas têm ritmo
- para que possas profundamente respirar.
Quem faz um poema salva um afogado.
MÁRIO QUINTANA
Respira, tu que estás numa cela abafada,
esse ar que entra por ela.
Por isso é que os poemas têm ritmo
- para que possas profundamente respirar.
Quem faz um poema salva um afogado.
MÁRIO QUINTANA
segunda-feira, 23 de julho de 2012
FALAR DE POESIA
- Mas o que vou dizer da Poesia? O que vou dizer destas nuvens, deste céu? Olhar, olhar, olhá-las, olhá-lo, e nada mais. Compreenderás que um poeta não pode dizer nada da poesia. Isso fica para os críticos e professores. Mas nem tu, nem eu, nem poeta algum sabemos o que é a poesia. (Garcia Lorca)
EU ODEIO POESIA
Há pessoas que detestam poesia, porque têm ideia errada sobre ela. Mas às vezes percebem que na internet pode haver coisas de baixo nível. Este trecho é de um blog sem nome, cujo autor assina um textinho chamado "Hipermétrope", de onde eu retirei este comentário, na forma em que foi escrito, com todos os "erros" de português:
"Mais o pior de todos é sem dúvida os blogues de poesia ou poemas (não lembro a diferença, se existe). Em primeiro lugar, eu detesto poesia. Acho muito entediante, mesmo aqueles poemas mais famosos dos poetas mais famosos. O que dizer de pseudo-blogueiros que não passam de pseudo-poetas. Eu não me comovo com os poemas daqueles “poetas” alegres que juntam em um poema “amor”, “sou”, “beija-flor”, “beijou”. E os sem esquecer do pior tipo de “poetas” que encontramos nos blogues, aqueles suicidas, que tem um desejo profundo de postar em seus blogues como eles sofrem nesse mundo tão obscuro. Nesse grupo se encontram principalmente, góticos, emos, e gays. Ta triste….se joga da ponte mais próxima, mas não polua a blogosfera com mais um poema de péssima qualidade. Pronto, desabafei. E se o seu blog for de exclusivamente de poesia…tchau."
Precisa comentar tantos erros de português, preconceitos, falta de visão sobre os outros e a vida?
Quem sabe se a pessoa lesse mais poesias?
"Mais o pior de todos é sem dúvida os blogues de poesia ou poemas (não lembro a diferença, se existe). Em primeiro lugar, eu detesto poesia. Acho muito entediante, mesmo aqueles poemas mais famosos dos poetas mais famosos. O que dizer de pseudo-blogueiros que não passam de pseudo-poetas. Eu não me comovo com os poemas daqueles “poetas” alegres que juntam em um poema “amor”, “sou”, “beija-flor”, “beijou”. E os sem esquecer do pior tipo de “poetas” que encontramos nos blogues, aqueles suicidas, que tem um desejo profundo de postar em seus blogues como eles sofrem nesse mundo tão obscuro. Nesse grupo se encontram principalmente, góticos, emos, e gays. Ta triste….se joga da ponte mais próxima, mas não polua a blogosfera com mais um poema de péssima qualidade. Pronto, desabafei. E se o seu blog for de exclusivamente de poesia…tchau."
Precisa comentar tantos erros de português, preconceitos, falta de visão sobre os outros e a vida?
Quem sabe se a pessoa lesse mais poesias?
sexta-feira, 20 de julho de 2012
A OBRA PRIMA DO DIA
“Havana” é uma imagem do fotojornalista brasileiro Walter Firmo
(1937), tirada em Cuba, no ano de 1984. Nela, o desenho no muro nos
passa a impressão de ver pessoas caminhando sobre uma calçada molhada. A
fotografia está publicada no livro “Walter Firmo - Antologia
Fotográfica”.
Iludir o espectador é uma das marcas do
fotógrafo. "A percepção da realidade não tem compromisso com a verdade
verdadeira", diz Firmo. Assim, o fotógrafo introduz um ver que
interrompe o cotidiano linear e cria uma imagem em que o real se
desajusta, sugerindo ao espectador reflexão imediata sobre a realidade
exibida e sobre o próprio ato de fotografar.
Fonte: Blog do Noblat, jornal O Globo
Fonte: Blog do Noblat, jornal O Globo
VOCÊ TEM QUE FICAR DOENTE DO LIVRO
TRECHO DE ENTREVISTA DO ESCRITOR PORTUGUÊS LOBO ANTUNES FALANDO SOBRE LIVROS:
"O livro não é uma coisa que fala, é uma coisa que ouve. É a orelha que você encosta na terra para ouvir o mundo. Você tem que ficar doente do livro. Normalmente o livro começa a caminhar dentro de você quando a leitura acaba."
(Folha de São Paulo, 19/07/12)
"O livro não é uma coisa que fala, é uma coisa que ouve. É a orelha que você encosta na terra para ouvir o mundo. Você tem que ficar doente do livro. Normalmente o livro começa a caminhar dentro de você quando a leitura acaba."
(Folha de São Paulo, 19/07/12)
quinta-feira, 19 de julho de 2012
DICA DE FILME: NÃO DEIXE DE VER !!!!!!!!!!!!
Responsável
por uma das maiores revoluções culturais do século XX, “On the Road”,
traduzido por Eduardo Bueno, mantém intacta sua aura de transgressão,
lirismo e loucura.
Em abril de 1951, entorpecido por benzedrina e café, inspirado pelo jazz, Kerouac escreveu em três semanas a primeira versão do que viria a ser “On the Road”. Uma prosa espontânea, como ele mesmo chamava: uma técnica parecida com a do fluxo de consciência. Mas o manuscrito foi rejeitado por diversos editores e o livro foi publicado somente em 1957, após alterações exigidas pelos editores.
A obra-prima de Kerouac foi escrita fundindo ação, emoção, sonho, reflexão e ambiente. Nesta nova literatura, o autor procurou captar a sonoridade das ruas, das planícies e das estradas americanas para criar um livro que transformaria milhares de cabeças, influenciando definitivamente todos os movimentos de vanguarda, do be bop ao rock, o pop, os hippies, o movimento punk e tudo o mais que sacudiu a arte e o comportamento da juventude na segunda metade do século XX.
Sua adaptação para o cinema exigiu dedicação especial de José Rivera, que trabalhou com Walter Salles adaptando o livro “Diários de Motocicleta”, de Ernesto (Che) Guevara, para as telas. O resultado da transposição do filme para as telas é aguardado há 40 anos pela legião de fãs do livro pelo mundo.
SITE OFICIAL DO FILME: http://www.naestradaofilme.com.br/o-livro
SABEDORIA
Anda circulando pela internet esta sábia fala de Fernanda Montenegro.
Além de boa atriz, sempre sábia e ponderada.
Além de boa atriz, sempre sábia e ponderada.
quarta-feira, 18 de julho de 2012
MAS O QUE QUER DIZER ESTE POEMA ??????????????
Mas o que quer dizer este poema? - perguntou-me alarmada a boa senhora.
E o que quer dizer uma nuvem? - respondi triunfante.
Uma nuvem - disse ela - umas vezes quer dizer chuva, outras vezes bom tempo...
(MÁRIO QUINTANA)
E o que quer dizer uma nuvem? - respondi triunfante.
Uma nuvem - disse ela - umas vezes quer dizer chuva, outras vezes bom tempo...
(MÁRIO QUINTANA)
MENTIRA OU FICÇÃO?
Escândalo
Jornalista italiano inventou entrevistas a 25 escritores
por MARIA JOÃO CAETANO, 26 Abril 2010
Tommaso
Debenedetti publicou em jornais italianos falsas entrevistas a Philip
Roth, John Grisham, Saramago e outros escritores mundialmente
conhecidos. Foi descoberto
Até
há pouco tempo, Tommaso Debenedetti era um jovem jornalista italiano,
freelancer, com uma carreira em ascensão. No seu currículo tinha
entrevistas a escritores como Gore Vidal, Herta Müller, John Le Carré,
Philip Roth ou John Grisham, publicadas na imprensa italiana. A fama
mundial chegou este mês mas não pelas melhores razões: Debenedetti é uma
fraude e as suas entrevistas foram todas inventadas.
As primeiras suspeitas surgiram quando, a 26 de Fevereiro, a jornalista Paola Zanittini do La Repubblica entrevistou Philip Roth e questionou-o sobre declarações suas a outro diário italiano, Libre, em que criticava duramente Obama, chamando-o "antipático, ineficaz e deslumbrado pelos mecanismos do poder". O autor de A Mancha Humana reagiu: "Nunca disse tal coisa. É grotesco. Escandaloso. Penso exactamente o contrário." Quando Paola Zanutttini publicou o seu artigo, na Itália, as reacções mais violentas vieram da blogosfera. Maurizio Belpietro, director do Libre, pediu desculpa pelo sucedido e mandou retirar a entrevista do site.
Poderia ter sido só isto. Mas Philip Roth tratou de procurar no Google e descobriu, não só, que já em 2006, John Le Carré tinha desmentido ao The Guardian uma entrevista que teria dado a este jornalista, como encontrou outras entrevistas feitas por Tommaso Debenedetti que lhe pareceram igualmente "pouco plausíveis" - como aquela em que John Grisham também criticava o Presidente americano. Não demorou muito até os agentes dos dois escritores chegarem à conclusão que estavam perante um criminoso que, aproveitando-se do facto de escrever em italiano, uma língua que os seus "entrevistados" não dominam, se dava ao luxo de inventar conversas com escritores mundialmente famosos. E o caso só não avançou para o tribunal porque os dois autores, apesar de muito zangados, acharam que teriam de despender muito tempo, dinheiro e viagens a Itália para resolverem o assunto.
Mas a história continua. A 5 de Abril, a revista New Yorker denunciou o caso e a jornalista Judith Thurman continua a telefonar para escritores para averiguar se foram ou não entrevistados por Debenedetti. A lista já tem já 25 nomes, incluindo Günter Grass, Le Clézio, V. S. Naipul, Amos Oz, Elie Wiesel ou Toni Morrison.
A princípio, Debenedetti explicou que tinha feito a entrevista a Roth por telefone e que não conseguia encontrar a gravação. Mas, perante os factos, calou-se. Nascido em 1969, em Roma, Tommaso Debenedetti é filho de Antonio Debenedetti, escritor e crítico bastante respeitado que publica no Il Corriere della Sera, e neto de Giacomo Benedetti, um dos mais importantes críticos literários do século passado. Além do Libre, tem publicado artigos e entrevistas a escritores e intelectuais em jornais locais.
(Fonte: DN Tv & Media)
As primeiras suspeitas surgiram quando, a 26 de Fevereiro, a jornalista Paola Zanittini do La Repubblica entrevistou Philip Roth e questionou-o sobre declarações suas a outro diário italiano, Libre, em que criticava duramente Obama, chamando-o "antipático, ineficaz e deslumbrado pelos mecanismos do poder". O autor de A Mancha Humana reagiu: "Nunca disse tal coisa. É grotesco. Escandaloso. Penso exactamente o contrário." Quando Paola Zanutttini publicou o seu artigo, na Itália, as reacções mais violentas vieram da blogosfera. Maurizio Belpietro, director do Libre, pediu desculpa pelo sucedido e mandou retirar a entrevista do site.
Poderia ter sido só isto. Mas Philip Roth tratou de procurar no Google e descobriu, não só, que já em 2006, John Le Carré tinha desmentido ao The Guardian uma entrevista que teria dado a este jornalista, como encontrou outras entrevistas feitas por Tommaso Debenedetti que lhe pareceram igualmente "pouco plausíveis" - como aquela em que John Grisham também criticava o Presidente americano. Não demorou muito até os agentes dos dois escritores chegarem à conclusão que estavam perante um criminoso que, aproveitando-se do facto de escrever em italiano, uma língua que os seus "entrevistados" não dominam, se dava ao luxo de inventar conversas com escritores mundialmente famosos. E o caso só não avançou para o tribunal porque os dois autores, apesar de muito zangados, acharam que teriam de despender muito tempo, dinheiro e viagens a Itália para resolverem o assunto.
Mas a história continua. A 5 de Abril, a revista New Yorker denunciou o caso e a jornalista Judith Thurman continua a telefonar para escritores para averiguar se foram ou não entrevistados por Debenedetti. A lista já tem já 25 nomes, incluindo Günter Grass, Le Clézio, V. S. Naipul, Amos Oz, Elie Wiesel ou Toni Morrison.
A princípio, Debenedetti explicou que tinha feito a entrevista a Roth por telefone e que não conseguia encontrar a gravação. Mas, perante os factos, calou-se. Nascido em 1969, em Roma, Tommaso Debenedetti é filho de Antonio Debenedetti, escritor e crítico bastante respeitado que publica no Il Corriere della Sera, e neto de Giacomo Benedetti, um dos mais importantes críticos literários do século passado. Além do Libre, tem publicado artigos e entrevistas a escritores e intelectuais em jornais locais.
(Fonte: DN Tv & Media)
terça-feira, 17 de julho de 2012
DA SÉRIE: ESCRITORES SÃO SERES NORMAIS
CULT – Você poderia falar sobre a mulher e a escritora?
Beatriz – Eu estudei literatura brasileira e portuguesa nas PUCs do Rio e de São Paulo, tenho três filhos, sou casada pela segunda vez. Fui editora até 2000, depois saí para um ano sabático e disse para mim mesma: “Vou escrever”. Aí escrevi o livro Azul e Dura e vi que o que eu queria era ficar escrevendo, então saí da editora e me dediquei a escrever.
Bom, como é muito solitária a coisa de escrever, por quatro anos eu dei aulas numa escola de jovens e adultos, ajudei a formar uma biblioteca… Então faço algumas outras coisas, mas minha rotina é: acordo, venho para o escritório de bicicleta, escrevo de 9h até 13h – escrevo ou tento escrever –, leio – ou me atormento porque não consigo escrever –, à tarde às vezes volto e continuo escrevendo.
(Fonte: Revista Cult, edição 143)
ESCRITORA: BEATRIZ BRACHER
Uma das ciclistas que passam de manhã pela Pedroso de Morais, região do Alto de Pinheiros – São Paulo (SP), é a escritora Beatriz Bracher rumo ao escritório onde trabalha, nas imediações. Lá, concebe suas histórias, lê Kafka, Beckett, Nuno Ramos, Coetzee, Rubens Figueiredo, João Gilberto Noll, Flannery O’Connor, Faulkner, Graciliano Ramos (o grande, entre os brasileiros). Depois de ter sido editora (foi uma das fundadoras da bem-sucedida Editora 34, com um catálogo em que figuram, por exemplo, cânones da literatura russa em novas traduções), ela tem ministrado cursos diversos e feito palestras, sem nunca perder de vista a atividade literária.
Beatriz – Eu estudei literatura brasileira e portuguesa nas PUCs do Rio e de São Paulo, tenho três filhos, sou casada pela segunda vez. Fui editora até 2000, depois saí para um ano sabático e disse para mim mesma: “Vou escrever”. Aí escrevi o livro Azul e Dura e vi que o que eu queria era ficar escrevendo, então saí da editora e me dediquei a escrever.
Bom, como é muito solitária a coisa de escrever, por quatro anos eu dei aulas numa escola de jovens e adultos, ajudei a formar uma biblioteca… Então faço algumas outras coisas, mas minha rotina é: acordo, venho para o escritório de bicicleta, escrevo de 9h até 13h – escrevo ou tento escrever –, leio – ou me atormento porque não consigo escrever –, à tarde às vezes volto e continuo escrevendo.
(Fonte: Revista Cult, edição 143)
ESCRITORA: BEATRIZ BRACHER
Uma das ciclistas que passam de manhã pela Pedroso de Morais, região do Alto de Pinheiros – São Paulo (SP), é a escritora Beatriz Bracher rumo ao escritório onde trabalha, nas imediações. Lá, concebe suas histórias, lê Kafka, Beckett, Nuno Ramos, Coetzee, Rubens Figueiredo, João Gilberto Noll, Flannery O’Connor, Faulkner, Graciliano Ramos (o grande, entre os brasileiros). Depois de ter sido editora (foi uma das fundadoras da bem-sucedida Editora 34, com um catálogo em que figuram, por exemplo, cânones da literatura russa em novas traduções), ela tem ministrado cursos diversos e feito palestras, sem nunca perder de vista a atividade literária.
SUICÍDIOS QUE NÃO FUNCIONAM (AINDA UM ESCRITOR DA FLIP)
Em seu quinto livro pela Cosac Naify, o catalão
Enrique Vila-Matas constrói, com ironia e humor afiado, dez histórias em
que os protagonistas flertam constantemente com o suicídio. Este,
porém, nunca chega a acontecer de fato - pelo menos não da forma como se
imagina. Escrito em 1991, o livro já possui o germe do "não"
(suicidar-se, desaparecer, não escrever) que figura em Bartleby e companhia e outros títulos do autor. Em Suicídios exemplares,
a ideia de se matar torna-se a saída para as decepções ou ausências nas
vidas dos personagens, mas algo sempre acontece e muda o desfecho
esperado. Com narrativas cheias de imaginação, sutileza e inteligência, a
obsessão pelo suicídio acaba, paradoxalmente, por afastar a tentação da
morte, e torna-se um incentivo para a vida, transformando positivamente
a ação dos heróis de Vila-Matas.
Em “A Arte de Desaparecer”, conto presente em Suicídios Exemplares (1991), o personagem Anatol pena ao ver publicado um dos romances que guardara em seu baú. Seduzido pelas possíveis benesses da glória literária, em contraposição ao tédio e ao anonimato de sua recém-chegada aposentadoria, o “escritor secreto” permite que um editor publique suas obras. Contudo, logo é tomado por arrependimento e foge, restando-lhe a conclusão de que “a obrigação do autor é desaparecer”.
Em “A Arte de Desaparecer”, conto presente em Suicídios Exemplares (1991), o personagem Anatol pena ao ver publicado um dos romances que guardara em seu baú. Seduzido pelas possíveis benesses da glória literária, em contraposição ao tédio e ao anonimato de sua recém-chegada aposentadoria, o “escritor secreto” permite que um editor publique suas obras. Contudo, logo é tomado por arrependimento e foge, restando-lhe a conclusão de que “a obrigação do autor é desaparecer”.
segunda-feira, 16 de julho de 2012
FLIP : NOVOS ESCRITORES, DIVERTIDOS E COMUNS
O Festival Literário de Parati (FLIP, como é mais conhecido) traz geralmente uma safra de escritores novos e desconhecidos aqui no Brasil. Alguns deles vêm para São Paulo lançar seus livros e fazem palestras gostosas e divertidas. Vi as palestras de JOSÉ LUÍS PEIXOTO e DULCE MARIA CARDOSO, novos escritores portugueses na Livraria da Vila, da Vila Madalena. Pra quem acredita que Portugal só tenha Camões, Pessoa e José Saramago, recomendo esses autores. Os livros deles estão nas livrarias. Vamos comprar e ler? O primeiro de que vou tratar é do Peixoto:
José Luís Peixoto
José Luís Peixoto nasceu a 4 de Setembro de 1974 em Galveias, Ponte
de Sor. É licenciado em Línguas e Literaturas Modernas (Inglês e Alemão)
pela Universidade Nova de Lisboa. A sua obra ficcional e poética figura
em dezenas de antologias traduzidas num vasto número de idiomas e
estudada em diversas universidades nacionais e estrangeiras. Em 2001,
recebeu o Prémio Literário José Saramago com o romance Nenhum Olhar,
que foi incluído na lista do Financial Times dos melhores livros
publicados em Inglaterra no ano de 2007, tendo também sido incluído no
programa Discover Great New Writers das livrarias norte-americanas Barnes & Noble. O seu romance Cemitério de Pianos recebeu o Prémio Cálamo Otra Mirada,
atribuído ao melhor romance estrangeiro publicado em Espanha em 2007.
Em 2008, recebeu o Prémio de Poesia Daniel Faria com o livro Gaveta de Papéis.
Os seus romances estão publicados na Finlândia, Holanda, no Brasil, nos
Estados Unidos, entre outros países, estando traduzidos num total de
vinte idiomas.
TRECHO DE TEXTO DE JOSÉ LUÍS PEIXOTO
(FALANDO SOBRE SUA RELAÇÃO COM OS LEITORES)
É essa a natureza da matéria que partilhamos, é essa a forma daquilo que nos juntou. Sem esse mistério, continuaríamos a seguir os nossos caminhos. Talvez a metros, talvez a quilómetros, talvez em hemisférios distintos, talvez em ruas paralelas, as nossas existências seriam indiferentes uma à outra. Não quero sequer imaginar a possibilidade desse mundo cinzento. Ainda bem que existem os livros, ainda bem que existe esta revista, ainda bem que existe a internet, o facebook, as feiras do livro e todos os lugares físicos e não-físicos onde nos encontramos. Ainda bem que existe o pensamento e a memória. Ainda bem que existe a ternura.
TRECHO DE TEXTO DE JOSÉ LUÍS PEIXOTO
(FALANDO SOBRE SUA RELAÇÃO COM OS LEITORES)
Obrigado
Às vezes, fico só a olhar para vocês. Aperto os lábios porque todas
as palavras me parecem insuficientes. Aquilo que normalmente se diz
nessas ocasiões, aquilo que é aceite pelo protocolo da convivência
social, não chega para começar a exprimir todo o invisível que me
inunda. Então, quase sempre sentado a uma mesa, fico só a olhar para
vocês. Nesses momentos, não ter palavras é muito melhor do que ter rios
de palavras. Aquilo que não sei dizer existe com muita força e, se
tentasse encontrar-lhe nomes, estaria a diminui-lo, a transformá-lo em
qualquer coisa possível.É essa a natureza da matéria que partilhamos, é essa a forma daquilo que nos juntou. Sem esse mistério, continuaríamos a seguir os nossos caminhos. Talvez a metros, talvez a quilómetros, talvez em hemisférios distintos, talvez em ruas paralelas, as nossas existências seriam indiferentes uma à outra. Não quero sequer imaginar a possibilidade desse mundo cinzento. Ainda bem que existem os livros, ainda bem que existe esta revista, ainda bem que existe a internet, o facebook, as feiras do livro e todos os lugares físicos e não-físicos onde nos encontramos. Ainda bem que existe o pensamento e a memória. Ainda bem que existe a ternura.
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