Resposta. É fácil
entender. As cotas étnicas não são uma dádiva para resolver problema
educacional de alguma minoria. Elas são para resolver problema da
maioria (lembrando que o termo minoria e maioria aqui é sociológico, não
numérico). Ou seja, não é uma medida que tem a ver com a educação
(ainda que, no caso, a cota seja “para universidade”), pois se tivesse a
ver com educação, seria ridículo. Trata-se de uma medida semelhante à
cota da mulher nos partidos, que foi feita para que os homens tivessem
mulheres junto com eles na atividade política e, então, perdessem o
preconceito – fazendo então toda sociedade diminuir seu preconceito.
Isso aconteceu. E hoje nem mais as cotas para mulheres nos partidos são
necessárias. A mesma coisa com a cota para negros e índios: eles estão
em número muito reduzido em vários espaços públicos, principalmente na
universidade, e isso amplia ou mantém o preconceito. Ampliando o número
deles mais rapidamente em vários lugares públicos, amplia-se a
convivência e o preconceito diminui. Essa experiência americana deu
certo. Conosco, vai dar mais certo ainda. Mas, é claro, há uma direita
que não quer entender isso e se passa por liberal, quando na verdade é
racista e nada tem de liberal. E há uma esquerda que não sabe defender
as cotas e fala que é por questão de justiça educacional ou justiça
histórica, e isso também piora as coisas, pois no primeiro caso seria
inútil e no segundo caso talvez ilegítima.
Filósofo Paulo Ghiraldelli
Fonte: http://ghiraldelli.pro.br/2012/05/27/minorias/
Filósofo Paulo Ghiraldelli
Fonte: http://ghiraldelli.pro.br/2012/05/27/minorias/
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