Lançado no Festival de Berlim de 2011, o documentário "Pina", do premiado diretor alemão Wim Wenders, mostrou na prática como o 3D pode ser um recurso excepcional também para filmes de arte. No caso, foi a ferramenta ideal para dar uma textura original na tela às coreografias da alemã Pina Bausch (1940-2009), um dos maiores nomes da dança contemporânea. O filme foi indicado ao Oscar de documentário em 2012.
Na versão que vingou na tela, reconstituem-se algumas de suas coreografias mais impactantes, não só no cenário habitual do teatro, mas em locações externas, na rua, num parque, numa piscina, num galpão envidraçado e, uma das mais originais, a bordo de um monotrilho.
Dispensando informações biográficas, "Pina" registra fragmentos de coreografias como "A Sagração da Primavera", sob música de Igor Stravinsky, num palco coberto de terra, onde interagem uma trupe toda masculina, outra toda feminina.
Cineasta premiado com o troféu de melhor direção em Cannes 1987 por seu drama poético "Asas do Desejo", ultimamente Wenders vem refinando seu talento em documentários, caso dos musicais "Buena Vista Social Club" (99) e "A Alma de um Homem" (2003).
Mais uma vez, é o que faz aqui, ao encontrar cenários inusitados para as criações de Pina, que introduzia terra, água e outros elementos inesperados no ambiente normalmente asséptico do palco.
Mostra-se também um acerto não realizar entrevistas. Alguns bailarinos falam espontaneamente de seu relacionamento com Pina -inclusive a brasileira Regina Advento, na companhia desde 1993 (há outra brasileira no grupo, Ruth Amarante). Outros preferem simplesmente ficar em silêncio, olhando a câmera. Seus sentimentos estão na dança criada por Pina, que fala por si.
Fonte: Globo.com)
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