Na última vez em que um grande artista impressionista teve suas obras
expostas em São Paulo, cerca de 200 000 pessoas enfileiraram-se pelos
corredores do Museu de Arte de São Paulo (Masp) para ver de perto. O
artista era Claude Monet e o ano, 1997. Neste sábado, vai ser dada a
largada para mais uma febre impressionista, a exposição Impressionismo: Paris e a Modernidade,
que, além de Monet, vai reunir outros seis peso-pesados do primeiro
movimento antiacadêmico de grande vulto nas artes plásticas. A mostra,
que poderá ser visitada gratuitamente no Centro Cultural Banco do Brasil
(CCBB) de São Paulo, e a partir de outubro no Rio, é formada por 85
obras de nomes como Vincent Van Gogh, Jules Lefebvre, Édouard Manet,
Paul Gauguin, Pierre-Auguste Renoir e Toulouse-Lautrec, emprestadas pelo
Museu D’Orsay, em Paris, por seis meses.
“O impressionismo é um movimento que está no imaginário do grande
público e dos artistas de forma geral. A ideia agora é fazer o público
entender melhor esse período”, diz Maria Ignez Mantovani, diretora da
Expomus, empresa responsável pela montagem da mostra. Por isso, explica,
a preocupação da curadoria foi montar a exposição sob um viés mais
didático do que estético. As telas selecionadas para integrar a
exposição retratam o cotidiano da mutante Paris do século XIX, quando a
cidade rumava para a vida moderna, e são apoiadas por textos
explicativos.
Orçada em 10,9 milhões de reais, a exposição começou a ser articulada
entre as instituições francesa e brasileira há um ano e meio, quando o
vice-presidente do Museu D’Orsay visitou o Brasil em busca de parcerias –
e visibilidade para o museu. “Subimos de patamar, agora o referencial é
outro”, diz Marcos Montoan, gerente do CCBB-SP.
O público aguardado para a temporada de dois meses em São Paulo é
proporcional ao peso dos artistas representados na exposição. De acordo
com Montoan, são esperadas 500 000 pessoas no período. O número é ainda
maior que o registrado durante a mostra O Mundo Mágico de Escher, de 2011, que recebeu 381 000 visitantes e 600 000, no Rio, o que colocou o Brasil, pela primeira vez, no topo do ranking das exposições mais vistas no mundo.
Para amenizar as já tradicionais filas que dão a volta no prédio
histórico do centro cultural, Montoan conta que o horário de exibição
foi expandido em três horas durante a semana. A exposição vai estar
aberta a partir das 7 horas da manhã de terça a sexta-feira. O horário
excepcional vai ser destinado ao atendimento de grupos escolares. Além
disso, na madrugada entre este sábado e domingo a instituição vai
permanecer aberta para atender ao público mais ansioso para mergulhar no
universo de Monet e companhia, no que já foi batizado de Virada
Impressionista.
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