"A loucura varre as ruas" de Oswaldo Goeldi
Escuridão sombria. Guarda-chuva negro. Vento que, sem cor, aqui fica escuro.
Como perceber o vento?
Nos movimentos da mulher que segura o varal que voa.
No segurar do guarda-chuva que quer voar.
Nos traços horizontais que sopram, lutando contra os verticais das construções cariocas.
Um Rio de Janeiro, uma Lapa talvez, mas interior, Lapa sem sol, cruel e dolorosa.
A loucura destrói a paisagem-clichê.
Varre o externo, faz virar traços básicos e essenciais.
Assim é a expressão pura da dor. E da arte que varre e nos varre.
(TEXTO: FRANCISCO CARVALHO)
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