domingo, 21 de outubro de 2012

QUE HORROR !!!!!


Confissões de adolescentes

Acossados por bullying, jovens de diversos países encontraram uma janela para compartilhar segredos, histórias e angústias suicidas: o YouTube

Sem palavras. Às vezes ficamos assim, simplesmente sem palavras, diante de dramas que nos fazem pensar que a grama verde do vizinho pode esconder uma casa comum, uma sala de estar tradicional, uma cozinha modulada - e um adolescente inebriado por pensamentos suicidas no quarto ao lado. Poderia ser a história de um jovem solitário em metrópoles como Melbourne, Nova York, Rio. E de outros em cidades esquecidas como Lake Forest, na Califórnia, e Port Coquitlam, na Colúmbia Britânica. Na verdade, o endereço nem é tão importante, pois esses adolescentes angustiados instituíram um novo confessionário desterritorializado para narrar seus segredos e temores: o YouTube. Nesses depoimentos íntimos, como que destinados a um "querido diário" de outros tempos, meninos e meninas compartilham histórias de bullying em narrativas tristes e silenciosas - literalmente sem dizer uma palavra.
Uma dessas histórias conquistou mais de 7 milhões de voyeurs nessa semana. Era o depoimento de Amanda Todd, uma canadense de 15 anos encontrada enforcada no dia 10 de outubro na sua casa em Port Coquitlam. No vídeo My Story: Struggling, Bullying, Suicide, Self Harm, postado no dia 7 de setembro, com 73 cartazes mostrados ao longo de 8 minutos e 55 segundos, Amanda contou como uma cheerleader do Vancouver All Stars se transformou em um poço de ansiedade, depressão e síndrome do pânico: aos 12, na sétima série, ela fez um topless na webcam a pedido de um desconhecido em um chat. As fotografias logo vazaram para amigos e familiares e, um ano depois, o estranho voltou a persegui-la - dessa vez, no Facebook. Ali, Amanda se tornou alvo de brincadeirinhas perversas, chacotas, humilhações violentas, intimidações e provocações cruéis. Em uma palavra: bullying.
No mundo "real", a garota foi espancada por 50 estudantes na saída do colégio. Tragou cândida, teve overdoses, tentou cortar os pulsos. Não satisfeitos, muitos alunos voltaram ao Facebook para trolar a menina: "O mundo seria melhor sem você. Por que não tenta um alvejante de outra marca?", dizia um recado impiedoso. Amanda mudou de escola diversas vezes, tentou recomeçar e fazer novas amizades, mas não adiantou. "Todo dia penso: por que ainda estou aqui?", questiona num dos pôsteres mostrados no filme. "Não tenho ninguém. Preciso de alguém =( Meu nome é Amanda Todd", desliza o último cartaz, como um bilhete de despedida. Amanda vivia com a mãe em Port Coquitlam, enquanto o pai mora a 15 km de distância, em Maple Ridge. "Ela queria deixar um legado com esse vídeo", disse o pai, Norm Todd, desolado, ao Vancouver Sun.
Mais sobre isso: 
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,confissoes-de-adolescentes-,948687,0.htm


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