segunda-feira, 13 de maio de 2013

"VIAGENS NA MINHA TERRA": LIVRINHO DIFÍCIL!


"Viagens na minha terra", de Almeida Garrett,escritor do romantismo português, é um livro que está na lista da Fuvest e que os alunos no geral acham muito difícil ler sozinhos. Há questões históricas, de metalinguagem, de posicionamentos políticos do autor que complicam tudo.
Geralmente leem os dois primeiros capítulos e não entendem nada.
Mas, ao lerem acompanhados da explicação de um professor, percebo que tudo muda: riem, divertem-se, gostam dos artifícios de metalinguagem do autor (que aliás influenciou Machado de Assis!).
Certos livros não podem ser lidos sem auxílio. E os resumos de internet na grande maioria são fracos, pensam só na historinha(enredo) e numa visão muito geral. Se não fosse assim também, ninguém leria resumo e análise gigantes.
Mas é um livro que merece ser lido. Não desistam.

terça-feira, 26 de março de 2013

UM FOTÓGRAFO DA VIDA SIMPLES E DA ALMA





"Há muito tempo eu aprendi que para  fotografar é necessário amar as pessoas e a vida."
                                                                             


"A fotografia é uma forma de penetração na alma humana e uma capacidade de compreendê-la."
                                                                                                          Antanas Sutkus



Antanas Sutkus nasceu na Lituânia e começou a fotografar muito cedo, no ambiente hostil da ex- União Soviética. Fazia fotos em preto em branco de pessoas comuns da Lituânia em seu dia a dia mais comum.
Tudo parece tão simples, mas é muito mais complexo. Fui ver a exposição e fiquei estarrecido, de boca aberta, calado, paralisado diante dos rostos simples e...com alma.
Aprendi de novo a ver as pessoas em sua particularidade, seus gestos tão comuns e próprios, seus olhares tão cheio de alma mais profunda: uma velhinha com lenço segura um bichinho de plástico (encontro de gerações, o velho e o novo, o que se vai e o que vem, o velho como criança também...), ou uma família simples e alegre reunida para a fotografia (a valorização desse cotidiano tão comum e profundo).
E a fotografia do filósofo Sartre caminhando sob o peso de sua importância, de sua intelectualidade, numa foto belíssima e famosa.
É preciso ver, rever, ver outra vez. Aprender com Antanas. Imperdível.

(TEXTO: PROF. FRANCISCO CARVALHO)

CAIXA Cultural São Paulo – Praça da Sé, 111 – Centro – Tel.: 3321-4400 – Até 21 de abril – Hor.: De 3ª a dom., das 9h às 20h – Entrada franca.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Poema de Affonso Romano de Sant'Anna



Os casais são tão iguais,
por isto se casam
e anunciam nos jornais.
Os casais são tão iguais,
por isto se beijam
fazem filhos, se separam
prometendo
não se casarem jamais.
Os casais são tão iguais,
que além de trocar fraldas,
tirar fotos, acabam se tornando
avós e pais.
Os casais são tão iguais,
que se amam e se insultam
e se matam na realidade
e nos filmes policiais.
Os casais são tão iguais,
que embora jurem um ao outro
amor eterno
sempre querem mais.

POEMINHA RÁPIDO/PASSAGEIRO COMO O AMOR


António Osório: "Amo-te"






Amo-te
com pressa
de não acabar o amor.




OSÓRIO, António. "A teia dupla". In:_____. O lugar do amor. Porto: Gota de Água, 1981

quarta-feira, 6 de março de 2013

SÃO PAULO: UMA CIDADE BONITA

‎"Acha São Paulo uma cidade bonita?
Sim. A beleza é a não beleza. Aprecio o cinza da cidade. Gosto de viajar, mas adoro voltar. Digo que, antes de ser brasileira, sou paulistana."
  (galerista Luisa Strina, de São Paulo, na Folhaonline)




Sim, concordo com ela.
A beleza de São Paulo não é a da natureza já feita como a do Rio de Janeiro, por exemplo.
Trata-se de uma beleza construída pelo homem, a partir de suas concepções estéticas.
Há uma crença de que para ser belo, um espaço tem que ser natural, feito pela mão de Deus, esses clichês todos que dão fotos ainda mais clichês de pores-do-sol, céu, montanhas. Que eu saiba, o Aterro do Flamengo, no Rio, belíssimo espaço emoldurado pela praia, Pão de Açúcar e céu de tirar o fôlego, foi uma construção humana que melhorou a natureza, embelezou-a ainda mais. Com Burle Marx e outros.
São Paulo tem a beleza de um espaço construído, moldado, organizado racionalmente. Tem os espelhos, e os vidros, e o cimento. Mas não vejo que ela seja tão cinza como dizem. As cores se espalham. Cores naturais e cores pensadas pelo homem.
A beleza de São Paulo é a não beleza. Um não à beleza já pronta. Um sim às possibilidades de o homem enfeitar um espaço.
(TEXTO: FRANCISCO CARVALHO)

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

ENQUANTO ISSO...TRISTE NOTÍCIA

Ao contrário da não ficção, romances e contos brasileiros não emplacam boas vendas

Basta uma rápida olhada nas listas de livros mais vendidos para notar dois cenários bem distintos no mercado editorial brasileiro.
A categoria de não ficção é dominada por livros nacionais, quase sempre ocupando os primeiros lugares.
Já entre os títulos de ficção, encontrar um autor brasileiro é como achar uma agulha em um palheiro.
O site "PublishNews", que monitora as vendas de 25% a 35% das livrarias do país, publicou um balanço de 2012 que ilustra bem a questão.
Entre os 20 livros de não ficção de maior sucesso no ano, há 14 títulos brasileiros (veja ao lado). Biografias do bispo Edir Macedo e do empresário Eike Batista e o manual de etiqueta da colunista da Folha Danuza Leão são os maiores sucessos da categoria.
Na seara da ficção, há apenas dois autores brasileiros entre os 20: Jô Soares e Luis Fernando Verissimo, ambos no fim da lista.
(...)Enquanto Companhia e Record dizem dividir seus catálogos brasileiros de forma equiparada entre ficção e não ficção, a Leya tem privilegiado este último.
"Simplesmente porque são poucos os autores de ficção que merecem publicação", justifica o diretor-geral da editora, Pascoal Soto.
Ele esteve envolvido em alguns dos principais fenômenos da não ficção dos últimos anos, como "1808" (quando Soto ainda atuava na Planeta) e a série "Guia Politicamente Incorreto" (já na Leya).
"Na não ficção, encontramos autores dispostos a atender à demanda do grande público. Eles escrevem de forma acessível. Já os romancistas escrevem para os amigos, para ganhar o Nobel de Literatura", alfineta Soto.

(Fonte: Folha.com, visualizada em 03/01/2013)